terça-feira, 20 de abril de 2021

Provas de Doutoramento na FFCS sobre Ética utópica, Agamben e Camus

Giancarla Miranda Brunetto conclui Doutoramento em Filosofia

 

Realizaram-se na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa – Braga (por videoconferência), no dia 19 de abril de 2021, as Provas de Doutoramento em Filosofia - Especialização em Ética e Filosofia Política da Mestre Giancarla Miranda Brunetto.


A Doutoranda apresentou e defendeu a Dissertação intitulada: “A ética utópica: do homo sacer ao homo utopicus. Estudos em Giorgio Agamben e Albert Camus”. 



O Júri das Provas foi constituído pelos seguintes membros: 


Presidente: Professora Doutora Maria Isabel Andrade Mendes de Vasconcelos, Vice-Reitora da Universidade Católica Portuguesa 

- Doutora Maria Fernanda Bernardo Alves, Professora Associada com Agregação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (Arguente) 

- Doutor José Maria da Silva Rosa, Professor Associado da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior 

- Doutor Nathaniel Roberto Buil Merrill, Professor Auxiliar do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho (Arguente) 

- Doutor José Henrique Silveira de Brito, Professor Associado com Agregação aposentado da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa  

- Doutor José Rui Gaia da Costa Pinto, Professor Associado da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa  

- Doutor José Miguel Stadler Dias Costa, Professor Auxiliar da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa (Orientador)  

- Doutor João Carlos Onofre Pinto, Professor Auxiliar convidado da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa.

Resumo:

A pesquisa A ética utópica: Do homo sacer ao homo utopicus. Estudos em Giorgio Agamben e Albert Camus propõe investigar o significado da utopia como um paradigma filosófico necessário para compreender o ser humano em sua complexidade e contextualidade nas sociedades contemporâneas ocidentais. O estudo faz uma análise interpretativa do homo sacer — as pessoas excluídas de direitos e dignidade nos limites da legalidade e no contexto biopolítico - à luz do estudo das obras Homo Sacer (I,1 — O poder soberano e a vida nua; II, 1 — Estado de Exceção; III — O que resta de Auschwitz) de Giorgio Agamben, e da obra O Mito de Sísifo, de Albert Camus. A pesquisa mostra que a importância simbólica e metafórica das relações entre o homo sacer e Sísifo anunciam a compreensão e a emergência do homo utopicus e da ética utópica. A metodologia consiste na realização de pesquisa bibliográfica com revisão de literatura em obras filosóficas, literárias, jurídicas e de direitos humanos, e no desenvolvimento de uma base teórica para sustentar de modo crítico-argumentativo e interpretativo as questões investigadas a fim de atingir os objetivos propostos. A relevância desta pesquisa se faz sentir pela necessidade de uma profunda imersão epistemológica diante de paradigmas que por um lado impedem o belo dia1 almejado desde especialmente a teoria política aristotélica mas por outro lado não impedem que sociedades democráticas contemporâneas estejam em (ou a um passo de) um estado de exceção como paradigma da política contemporânea.2

1. Na perspectiva aristotélica zoé é a vida nua, biológica, mas pela linguagem o homem adquire uma existência política, e a finalidade dessa existência é estar na pólis para bem viver, a eumeria, ou o belo dia.

2. Giorgio Agamben (2010) ao estudar autores como Michel Foucault, Hannah Arendt e Walter Benjamin conclui que a biopolítica está presente desde as origens da política ocidental. Para Agamben o poder soberano, pela sua própria natureza, tem o poder de inclusão e exclusão, e termina por inviabilizar o fim para o qual surgiu, ou seja, a eumeria não foi alcançada em nenhuma forma de governo.

Palavras-chave: Utopia, Homo sacer, Sísifo, Homo utopicus, Ética utópica, Direitos humanos.

MEMBROS DO JÚRI









quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Provas de Doutoramento de Marcos Daniel Santos Bazmandegan sobre a teofania e a metafísica da luz em Nicolau de Cusa

  • Realizaram-se na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa – Braga (por videoconferência), no dia 23 de fevereiro de 2021, as Provas de Doutoramento em Filosofia - Especialização em Filosofia da Religião do Mestre Marcos Daniel Santos Bazmandegan.
  • O Candidato apresentou e defendeu a sua Dissertação intitulada: "A teofania cósmica e a metafísica da luz em Nicolau de Cusa".
  • O Júri das Provas foi constituído pelos seguintes membros: 
  • Presidente: Profª Doutora Maria Isabel Andrade Mendes de Vasconcelos (Vice-Reitora da UCP)
  • Vogais: Prof. Doutor José Francisco Meirinhos - arguente principal (UPorto)Profª. Doutora Alexandra Machado Abranches – arguente (UMinho); Profª. Doutora Filipa Almeida Afonso – arguente (ULisboa); Prof. Doutor José Rui da Costa Pinto – Orientador (UCP); Prof. Doutor José Miguel S Dias Costa (UCP); Prof. Doutor Álvaro Manuel Rodrigues Balsas (UCP).
  • Resumo da DissertaçãoO presente trabalho tem por principal objetivo mostrar a centralidade da temática da teofania na obra de Nicolau de Cusa (1401-1464) e apresentar a evolução desta mesma temática ao longo dos seus escritos. Para tal, procederemos à análise da terminologia utilizada para descrever o processo teofânico (explicatio dei, theophania ou apparitio dei, apparitio posse ipsius) e o seu concomitante desenvolvimento a partir da hermenêutica dos nomes divinos (possest, posse, posse ipsum). Pretende também mostrar como o pensamento da teofania é aquele que melhor exprime, na filosofia cusana, a relação entre Deus e as criaturas, bem como o estatuto metafísico da própria criatura. Para isso, recorre a um exame analítico-cronológico das obras que consideramos mais pertinentes para o estudo da evolução desta temática, algumas das quais são muito pouco conhecidas no âmbito nacional: De docta ignorantia (1440), De quaerendo Deum (1445), De filiatione dei (1445), De dato patris luminum (1446), Trialogus de possest (1460), De venatione sapientiae (1463), Compendium (1463), De apice theoriae (1464). O pensamento da teofania no Cusano carateriza-se pela sua originalidade e dinamismo. Num primeiro momento, este pensamento é elaborado a partir dos conceitos herdados da tradição, particularmente da corrente do neoplatonismo cristão - Pseudo-Dionísio Areopagita, João Escoto Eriúgena e Thierry de Chartres -, que faz uso recorrente da metáfora da luz. Num segundo momento, através do desenvolvimento da metafísica do poder, Nicolau de Cusa vai cunhar uma terminologia própria e bastante original, capaz de expressar melhor o dinamismo de todo o seu sistema metafísico. Este trabalho pretende, a partir da análise das obras acima mencionadas, apresentar este percurso a fim de mostrar como a relação entre Deus e as criaturas que está implicada no processo criativo e que configura o próprio estatuto metafísico da criatura pode ser melhor entendida na obra cusana a partir do conceito de apparitio posse ipsius.
  • Palavras-chaveteofania, luz (lux; lumen), explicatio dei, posse, apparitio posse ipsius.