 |
Doutor José H. Silveira de Brito
Professor de Ética da FFCS
|
O Professor Onésimo Teotónio de
Almeida, catedrático da Universidade de Brown, embora mais conhecido em
Portugal pela sua obra literária – crónicas, contos, teatro, ensaios sobre
literatura – é talvez antes de tudo um filósofo com vasta obra em inglês e
português. Nos últimos anos publicou em Portugal alguns livros importantes como
De Marx a Darwin - A desconfiança das
ideologias. (Lisboa: Gradiva, 2009) e
Utopias em Dói
Menor - conversas transatlânticas com Onésimo. Conduzidas por João Maurício Brás (Lisboa: Gradiva,
2012). Embora não exclusivamente reunindo textos de Filosofia, também saíram os
livros
O peso do hífen. Ensaios sobre a experiência luso-americana
(Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2010) e
Minima Azorica. O meu mundo é
deste Reino (Lisboa: Companhia
das Ilhas, 2014) que abrem com ensaios filosóficos de grande valia sobre a
problemática da identidade. Em Portugal, o mais reputado conhecedor da obra filosófica
do autor é o Professor João Maurício Brás que este ano lhe consagrou o livro
Identidade,
Valores, Modernidade. O Pensamento de Onésimo Teotónio Almeida (Lisboa:
Gradiva, 2015). Nas
Correntes de Escrita deste
ano foi lançado o livro de homenagem
Onésimo,
Único e Multímodo (Opera
Omnia, 2015), organizado por João
Maurício Brás, no qual se reúnem textos de natureza muito diferente, que
vão de ensaios sobre a sua obra literária, a testemunhos de ex-alunos, colegas
e amigos, a ensaios sobre o seu pensamento filosófico. É nesta categoria que José
Henrique Silveira de Brito (
Professor
de Ética na Filosofia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da UCP) colaborou
com o
ensaio
«A Ética na Obra de Onésimo Teotónio de Almeida».
Este ensaio visa apresentar a Ética no pensamento de Onésimo
Teotónio de Almeida. Mostra como para o pensador, a ética é intrínseca ao ser
humano e que biologia e cultura são, em conjunto, indispensáveis para explicar
e compreender a vivência da dimensão ética. Expõe o que o filósofo entende por
pluralismo ético e trata da distinção que faz entre pluralismo ético e
relativismo cultural, e como este não implica aquele. Explica a ideia do autor
segundo a qual os valores são não-racionais, o que não significa que sejam
irracionais, e as consequências de tal modo de pensar. Por último apresenta a
conclusão do Filósofo segundo a qual é impossível fundamentar a Ética. O artigo
termina com algumas considerações críticas que pretendem sintetizar observações
que acompanham a exposição.
-------------------------------------------------
Braga, 08 out. 2015
José Henrique Silveira de Brito
-------------------------------------------------