segunda-feira, 7 de julho de 2014

Filosofia, ciências humanas, letras: que empregos?

É sobejamente conhecida a dificuldade do acesso ao mercado de trabalho dos licenciados nas áreas das humanidades, em geral, sendo particularmente sentida pelos formados em Filosofia.
A orientação que durante décadas se imprimiu às licenciaturas em Filosofia, em Portugal, ligando-as quase exclusivamente ao desempenho da actividade docente nos estabelecimentos de ensino secundário e superior, em nada ajudou ao reconhecimento social e profissional da habilitação em Filosofia.
Ora, a Filosofia confere aos licenciados desta área potencialidades, saberes, competências de grande aplicação em muitos domínios da realidade e em diversos sectores laborais. Só para referir alguns: no campo da política, no mundo empresarial, nas indústrias criativas, na gestão dos recursos humanos, nas áreas da criação cultural e literária… A capacidade de adaptação dos “filósofos”, a sua criatividade e plasticidade mental, de interpretar e de pensar com rigor, aliadas à natural curiosidade cultural e interdisciplinar fazem com que a sua presença e o seu desempenho sejam frequentemente muito valorizados, qualquer que seja o ramo da actividade em que se encontrem a trabalhar. Só as mentalidades fechadas e deturpadas por uma incorrecta noção de “especialização profissional” continuam a achar que a Filosofia está “fora do mundo” ou que é “coisa de gente despistada”.
Precisamente, no encalço de operar a mudança destas mentalidades, Isabel Lasala e Laura Carratalá Díez, da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Saragoça, publicaram um interessante estudo que mantém toda a actualidade, intitulado Nuevas perspectivas profesionales de las Ciencias Humanas.
A iniciativa destas autoras é um bom contributo e exemplo a seguir no complexo processo de reabilitação e revalorização das formações em Filosofia e mais em geral nas Ciências Humanas.

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