No contexto da elaboração de um trabalho escrito, no âmbito da Unidade Curricular de Filosofia Antiga, centrado no Livro VII d'A República de Platão, recolhemos as seguintes impressões e opiniões de um grupo de alunos:
> "Se é verdade que muitas pessoas ainda vivem num mundo que não passa de um teatro de sombras, não querem dar o passo para a Verdade, talvez por medo, talvez por ignorância. (...) O objectivo de Platão não é dizer que a natureza das sombras é triste, mas que ela é escura e triste em comparação com a claridade do mundo das ideias." (João Eduardo M Bastos)
> "O filósofo tem como missão guardar e cuidar dos outros (...); deve fazer com que os outros tenham uma vida melhor" (Pedro J Antunes)
> "A alegoria [da caverna] também me ajuda no sentido de que o que pensamos saber, deve ser visto com cuidado, (...) devemos ter a capacidade de largarmos os grilhões e irmos ao encontro do desconhecido" (Daniel A Rodrigues)
> "Para Manuel Velazquez, sair da caverna é procurar encontrar fundamentos que sejam racionalmente justificados" (Lara Marli S Tavares)
> "A educação tem como objectivo tornar os jovens bons líderes, administradores e governantes, homens de Estado e não demagogos; cultivar o amor desinteressado à ciência; transformar o conhecimento em sabedoria prática. Uma missão reformadora.O principal intuito será mobilizar a consciência para a importância e beleza do mundo inteligível, que é aquele que é real, que retrata as ideias e a essência em oposição ao mundo sensível ao qual muitas vezes somos chamados, o mundo do irreal, das cópias sensíveis e aparentes." (Jorge Miguel F. Rodrigues)
> "Em conclusão, Platão dá-nos uma utopia soberana de um modelo político utópico mas também inspirador em vários aspectos. Sobretudo, no facto de se basear no bem comum e no serviço, e de certo modo inspirou muitas tendências na história. No entanto, o mais importante a meu ver, é a alegoria da caverna onde Platão nos oferece o núcleo do seu pensamento e filosofia. Sem esta metáfora é impossível entender Platão e a sua teoria do mundo sensível e inteligível, que certamente marcou a história da civilização ocidental para sempre." (João Moreira)
> "Os políticos serão bons políticos se conseguirem ter uma mente aberta ao conhecimento; terão de ser filósofos para executarem as ideias de um homem livre" .(Paulo António M Pereira)
> "Se transpusermos a alegoria [da caverna] para os nossos dias, damos conta que os prisioneiros somos nós, , que vemos e acreditamos apenas e só em imagens criadas pela cultura, conceitos e informações que recebemos." (...) Verdadeiramente só conhecemos a realidade quando nos libertamos dessas influências, quando saímos da caverna." (Francisco Jorge P Costa)
> "O significado desta alegoria [da caverna] é no sentido de que os homens são, neste mundo, escravos dos seus sentidos , ou seja, na obscuridade do mundo da matéria em perpétuo devir, não apreendem senão sombras ou vagos reflexos. Porém, os modelos destas sombras, a fonte luminosa destes reflexos permanecem a tal ponto desconhecidas para eles, que não suspeitam sequer da sua existência." (Alexandre G Cardoso)
> "Como o filósofo percebe o mundo de maneira diferente, é geralmente considerado louco e que vive na lua, mas na verdade ele é o único que conhece a realidade da existência e das formas perfeitas, segundo Platão." (Ricardo Luís R Martins)
> "Através de um diálogo interessante e interpelativo, fomos convidados a conhecer o modo de vida filosófico platónico que, embora se apresente, por vezes, utópico e idealista, nos leva a questionar sobre a verdadeira essência da realidade e da própria natureza humana. Embora idealista, não deixa de ser um ponto de partida interessante para questionar o presente e levantarmos dúvidas que, ao homem, parecem ser eternas". (Isabel Pacheco)
> "O conhecimento é exactamente uma conquista que só se pode fazer com esforço e vontade de espírito de cada um, de forma lenta e gradual até atingir a plenitude, ou seja, o mundo inteligível ou das Ideias, abandonando o mundo sensível." (João Pereira)
> "Platão nega que o plano de estudos seja apenas uma acumulação de conhecimentos da alma. É, antes, uma conversão ("voltar da alma"), em que a alma dirige a atenção para a elevação até à realidade. [...] Platão defende uma educação mais centrada em métodos de análise do que em factos. O processo de aprendizagem é natural no seu desenvolvimento" (Miguel António S Bacalhau).
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