Artigo publicado pelo docente da FacFil, Carlos Morais, sobre o tema da
relação entre a arte e a morte. Um tema clássico da estética e da teoria da
arte, mas que adquire novos contornos e novas interrogações na
contemporaneidade (cf. referência completa do artigo).
Resumo:
Não passa despercebido a muitos
pensadores e artistas o ambiente soturno, lúgubre e particularmente negativista
que tem caracterizado um certo mundo da arte contemporânea, bem como o da
correspondente reflexão estético-filosófica. Como se, estranhamente, a
experiência estética, outrora fundada sob o signo da beleza, da tonificação, da
gratuidade da presença luminosa do sensível se transformasse em lugar de
ausência, fragmentação, irrisão, enfim, obscura vivência tanatológica.
Dos diversos traços que
poderiam ilustrar esta atmosfera da arte contemporânea, seguiremos os três
eixos temáticos que consideramos centrais: a recusa da representação, o
formalismo e o informalismo. É verdade que estes três tópicos são apontados, à
primeira vista, como fatores potenciadores do risco que ameaça a arte e
experiência estética de declinar num iminente processo de denegação trágica e
final. Porém – e este é o principal objetivo deste trabalho – é necessário
aprender a discernir o alcance dessas opções da arte contemporânea, e
perscrutar o que emerge das suas respetivas tensões, pois nem toda a rutura
significa morte, nem toda a morte significa perda. Para tal, propomos como guia
deste percurso os textos de Mikel Dufrenne, sempre abertos ao desafio da
novidade, mesmo se difícil e por vezes incerta.
Palavras-chave: Morte da arte. Representação. Formalismo. Informalismo.
Natureza.
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